UMA CAIXA DE AMOR
Há algum tempo, eu havia perdido minha avó, e com ela se foram todas as histórias que me encantavam.
Um dia à tarde, enquanto a chuva batia na janela, estava à toa deitado na cama, quando decidi que faria uma faxina. Resolvi, então, que começaria pelo sótão, pois lá estava tudo uma bagunça e havia caixas por todos os lados.
Minha mãe, observando minha movimentação, chamou-me na cozinha. Logo, atendi seu chamado e desci:
- O que você está fazendo lá em cima? - ela indagou.
- Resolvi fazer uma faxina e me livrar das coisas velhas. - respondi.
- Tudo bem, mas tome cuidado, pois algumas das coisas de sua avó foram guardadas lá! - ela advertiu.
Então, voltei para o sótão. Enquanto remexia em algumas caixas minhas, encontrei uma que me prendeu a atenção. Não era uma caixa muito grande, mas algo a tornava diferente. Por um instante, recuei, mas foi apenas por um segundo, pois quando a abri, foi uma descoberta. Era uma caixa de minha avó, que continha inúmeras cartas.
Comecei a ler. Elas eram tão belas e de uma caligrafia impecável! Logo, reconheci: eram de meu avô.
A cada uma que lia, a emoção me dominava mais e mais. Algumas delas, vovó tinha me falado a respeito. Ela dizia que seu pai não a deixava namorar, mas vovô a amava demais e dava um jeito de sempre mandar-lhe essas cartas escondidas.
Dentre elas, a que mais me emocionou foi a que vovô disse que vovó era a primeira e única mulher que ele teria. De tão bela, chamei minha mãe para ler, e juntas, passamos uma tarde maravilhosa, pois vimos quão belo foi o amor de meus avós.
(Thaís Zanluqui - 2A)